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Cass Sunstein, Como Star Wars Ilumina o Direito Constitucional, Anais do Centenario da Faculdade de Direito do Maranhão (2023) (Br.).


Abstract: Os seres humanos geralmente identificam coerência e planejamento, quando nenhum desses elementos sequer existe. Tal situação ocorre nos filmes, na literatura, na história, na economia e na psicanálise – e no Direito Constitucional. No âmbito do cinema, a saga de Star Wars não foi idealizada a priori, a despeito das repetidas afirmações de George Lucas, principal autor da obra; isto agregou à construção da série os componentes de surpresa e improviso - inclusive para o próprio George Lucas. Desta maneira, se é natural que a interpretação assuma um papel penetrante e orientador na imaginação criativa, em forma de manifestação de um novo pensamento, em trabalhos individuais, mais natural ainda é que essa “serendipidade” ocorra em obras de inúmeros autores ao ser escrita ao longo do tempo. A “serendipidade” impõe rigorosas exigências na busca pela coerência na arte, na literatura, na história e no direito. Essa busca leva muitas pessoas a descreverem de forma imprecisa a natureza de seu próprio processo criativo, como George Lucas. A imprecisão surge em resposta à séria necessidade humana de conferir sentido e identificar padrões, o que é um obstáculo significativo para a compreensão e para a reflexão crítica. Independentemente de serem Jedi ou Sith, inúmeros Constitucionalistas se parecem bastante com o autor de Star Wars, quanto à simulação da essência do seu processo criativo.